Dra Andreia Antoniolli

Autofagia e longevidade: qual a relação?

O envelhecimento é um processo natural pelo qual todos nós infectamos. Mas o que seria se tivéssemos a capacidade de influenciar e, possivelmente, prolongar nossa longevidade, mantendo a saúde e a vitalidade? 

A ciência tem se aprofundado nos detalhes celulares para encontrar respostas, e um termo que vem ganhando destaque nesse contexto é a “autofagia”. Parece algo complexo, e de fato, é. 

No entanto, entender o papel da autofagia e longevidade pode oferecer insights valiosos sobre como vivemos, envelhecemos e, mais importante, como podemos envelhecer melhor.

Se você nunca ouviu falar sobre autofagia, não está sozinho. Até alguns anos atrás, o termo era predominantemente restrito aos círculos científicos. Contudo, graças aos avanços na pesquisa biomédica, a relação entre autofagia e longevidade tornou-se um tópico de fascínio para aqueles em busca de uma vida mais longa e saudável. 

Convido você a embarcar nesta jornada de descoberta sobre como nosso corpo trabalha para se regenerar e o que isso significa para nossa longevidade.

O que é autofagia?

Autofagia, oriunda do grego auto (próprio) e phagein (comer), é literalmente o processo pelo qual nossas células “comem” partes de si mesmas. 

Parece estranho, não é? Mas, esta é uma estratégia vital de reciclagem e limpeza que nossas células empregam. 

Durante a autofagia, as células desmantelam componentes danificados ou necessários e os reutilizam para produzir energia ou criar novas peças celulares.

Estudos científicos, como os que levaram o Dr Yoshinori Ohsumi a ganhar o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina em 2016, revelaram a importância crucial da autofagia para a saúde celular. 

Quando este processo é interrompido ou não funciona adequadamente, pode levar ao acúmulo de componentes celulares danificados, ou que, por sua vez, podem contribuir para diversas doenças.

Autofagia e seus impactos biológicos e fisiológicos

A autofagia desempenha um papel vital em muitos processos biológicos e fisiológicos. Ela ajuda a eliminar organelas celulares danificadas, proteínas malformadas e patógenos invasores. 

Além disso, também auxilia na resposta ao estresse, na gestão de recursos durante períodos de privação nutricional e, crucialmente, na manutenção do equilíbrio celular.

A pesquisa mostrou que, quando há comprometimento da autofagia , pode resultar em condições neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson. 

Além disso, sua disfunção tem sido associada a doenças cardíacas, obesidade e até mesmo ao desenvolvimento de tumores.

Autofagia e longevidade: a conexão vital

E agora, olhamos para a grande questão: como a autofagia se relaciona com a longevidade? Muitos estudos, incluindo pesquisas com organismos modelo como fermentos, vermes e moscas, mostram que o aumento da autofagia pode prolongar a vida. 

Em contextos onde a autofagia se intensifica, seja por disciplinas genéticas ou dietéticas, se comprova uma extensão na longevidade destes organismos.

Uma pesquisa publicada em Cell Metabolism sugere que a ativação da autofagia em células de mamíferos pode prejudicar o estresse, aumentando sua sobrevivência. 

Isso pode ser um dos motivos pelos quais a restrição calórica, que ativa a autofagia, é conhecida por aumentar a longevidade em diversos organismos.

Além disso, a relação entre autofagia e longevidade também se manifesta quando consideramos o acúmulo de danos celulares. O envelhecimento está intimamente associado ao acúmulo de danos nas células. 

Com uma autofagia eficaz, o corpo pode minimizar esse acúmulo, levando a um envelhecimento mais saudável.

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Tenha uma longevidade saudável

Embora o mundo da ciência ainda esteja desvendando todos os mistérios por trás da autofagia e da longevidade, é inegável a importância deste processo para a saúde e o envelhecimento. 

Para entender melhor a autofagia, temos uma janela para entender como as células se mantêm saudáveis, e como podemos influenciar negativamente a longevidade e a saúde em nossos anos posteriores.

À medida que as pesquisas continuam, e com cada descoberta, avançamos um passo mais próximo de desvendar os segredos da longevidade. 

Até lá, a compreensão da relação entre autofagia e longevidade nos oferece uma visão fascinante da maravilha que é o corpo humano.

Espero que as respostas que buscava para a relação entre autofagia e longevidade tenham sido respondidas. E para mais informações como esta, me siga também no Instagram.

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